O relatório “Representation Matters”, publicado pela Oliver Wyman em colaboração com o Banco Mundial e Women Political Leaders, foca no impacto da representação feminina na política e sua relação com o desenvolvimento econômico. No contexto do Dia Internacional da Mulher, o estudo revela que a equidade de gênero não é apenas um imperativo de justiça social, mas também uma estratégia fundamental para o crescimento econômico global.
O relatório destaca que, se as mulheres tivessem as mesmas oportunidades econômicas e políticas que os homens, o PIB global poderia crescer mais de 20% na próxima década. Em nível mundial, a representação feminina na política continua sendo notavelmente baixa. Atualmente, as mulheres ocupam apenas 26% dos assentos nos parlamentos, e sua presença em cargos ministeriais é ainda menor, com 23%. A situação é ainda mais preocupante no que diz respeito à chefia de governo, já que apenas 27 dos 193 países do mundo têm uma mulher no cargo mais alto, e desses, apenas 15 contam com mulheres que exercem um poder decisivo real. Se o progresso continuar no ritmo atual, estima-se que levará mais de 40 anos para que a paridade política seja alcançada em nível global.
A participação das mulheres na política é um fator chave para o crescimento econômico e a redução da desigualdade. No entanto, mesmo representando metade da população mundial, elas ainda enfrentam múltiplas barreiras para acessar posições de liderança na política e na economia. Atualmente, as mulheres ganham em média apenas 80% do que os homens recebem e possuem menos de dois terços dos direitos legais que eles. Seu acesso ao mercado de trabalho continua limitado e, em muitos países, o progresso em termos de equidade de gênero até retrocedeu.
A Posição de Portugal na Representação Feminina
Portugal se posiciona como um referente em igualdade política dentro da Europa, superando a média global e europeia em representação feminina. Atualmente, o Governo português conta com 33% de mulheres, enquanto a Assembleia da República tem 36% de deputadas. Além disso, Portugal obtém uma pontuação de 93 sobre 100 no índice de equidade de gênero, superando a média europeia de 82/100.
Apesar desses avanços, o relatório sublinha que a igualdade real vai além dos números. A representação política das mulheres em Portugal é um exemplo positivo, mas devem ser implementadas mudanças legislativas, sociais e econômicas profundas para garantir que esse progresso seja mantido. A recente diminuição na representação feminina no Parlamento Europeu, que caiu de 40% para 39%, evidencia que os avanços não estão garantidos e que é crucial sustentar qualquer progresso com políticas ativas.
O relatório “Representation Matters” deixa claro que garantir a representação feminina na tomada de decisões é uma condição indispensável para alcançar um desenvolvimento sustentável e uma economia global mais forte. Para acessar o relatório completo, clique aqui.