Home  // . //  //  Portugal reforça o seu compromisso com a sustentabilidade

Estamos a cinco anos de alcançar o primeiro marco importante do Acordo de Paris na luta para reduzir as emissões de gases com efeito estufa, e nem mesmo se espera que a União Europeia - líder em política e ação contra as mudanças climáticas - alcance seu objetivo para 2030. Atualmente, a UE prevê reduzir 49% das suas emissões até 2030, seis pontos percentuais abaixo dos 55% a que se comprometeu.

Graças à nova Diretiva da UE sobre relatórios de sustentabilidade empresarial, as empresas estarão mais pressionadas do que nunca a abandonar um modelo de negócio baseado em carbono. No entanto, a redução de emissões é apenas uma das facetas necessárias para que a Europa e o mundo sigam um caminho sustentável que proteja tanto o clima quanto a natureza do planeta.

Num esforço para fornecer aos países e às empresas uma ferramenta de referência para avaliar os progressos, a Oliver Wyman criou, em 2022, o Índice de Transição Verde. Esta é a segunda edição do GTI (Green Transition Index), que compara 29 países europeus - os 27 da União Europeia, mais o Reino Unido e a Noruega - para avaliar o desempenho de cada um na busca pela sustentabilidade. A análise baseia-se em 28 indicadores-chave de desempenho, distribuídos por sete categorias: ‘Economia Geral’, ‘Natureza’, ‘Indústria’, ‘Serviços Públicos’, ‘Resíduos’, ‘Edifícios’ e ‘Transportes’.

Dinamarca lidera o caminho para a sustentabilidade

Este ano, a Dinamarca ocupa a primeira posição no ranking, superando os Países Baixos, que estavam em primeiro lugar em 2022, devido, em grande parte, aos seus resultados destacados na categoria ‘Serviços Públicos’, onde ocupa a primeira posição, e na categoria ‘Indústria’, onde ocupa a terceira. A Dinamarca destaca-se em três tecnologias de transição: projetos de hidrogénio verde que promovem a transição energética, energias renováveis e biocombustíveis, e captura e armazenamento de carbono (CAC). O país também apresenta um desempenho sólido no controlo de emissões em diferentes categorias.

No entanto, não obteve as melhores classificações em todas as áreas. Em relação à categoria ‘Resíduos’, encontra-se entre os 10 últimos, o que demonstra uma correlação entre um crescimento económico mais rápido e uma alta geração de resíduos. À medida que o PIB per capita da Dinamarca aumentou, a quantidade de resíduos gerados per capita também cresceu. Embora a Dinamarca tenha uma taxa de reciclagem relativamente alta, alguns materiais ainda acabam no fluxo de resíduos devido a sistemas de reciclagem inadequados. Na categoria ‘Edifícios’, os resultados insatisfatórios da Dinamarca devem-se ao facto de ter menos projetos de construção ecológica certificados em relação ao PIB, colocando-a entre os quatro últimos. A Áustria (n.º 2), Suécia (n.º 3), Países Baixos (nº. 4) e Estónia (nº. 5) ocupam os cinco primeiros lugares do ranking deste ano.

Double Quotes
Portugal reduziu o gasto público em I&D com objetivos ambientais, refletindo um desempenho inferior ao de outros países europeus. Apesar desse desafio, os avanços na redução de emissões e a melhoria de indicadores posicionam o país como referência na transição para uma economia sustentável
Joana Freixa, Principal da Oliver Wyman

O caminho para a sustentabilidade na Europa: avanços e desafios desde 2022

A Lituânia obteve o maior aumento na pontuação global do GTI. Comparando a pontuação da Lituânia no GTI desde 2022 até hoje, é evidente que o país melhorou em quase todas as categorias. Na categoria ‘Edifícios’, a Lituânia ocupa a sétima posição, destacando-se pelo seu baixo consumo doméstico de eletricidade per capita e pelo uso de energias renováveis no aquecimento. A nova estratégia energética do país visa satisfazer completamente as suas necessidades de eletricidade e calor por meio da produção doméstica até 2050, com 100% de energia renovável.

A Suécia é o país que mais subiu na classificação geral do GTI, com um salto de cinco posições até a terceira posição atual. O país se destaca nas categorias de Transporte, Economia, Natureza e Serviços Públicos. Seu rápido progresso se deve a uma abordagem abrangente na proteção ambiental e no desenvolvimento sustentável, respaldada por iniciativas como o programa Climate Leap. Além disso, o orçamento governamental para 2024 inclui um aumento significativo nos fundos para a proteção da natureza e da biodiversidade, alcançando 19,3 bilhões de coroas suecas.

Nem todos os países progrediram. Quase metade dos países registou uma queda, com a França a perder 2,7 pontos e seis posições no GTI. A diminuição é observada em quase todas as categorias, especialmente em ‘Serviços Públicos’, onde perdeu nove posições devido à falta de avanços em projetos de hidrogénio e baterias. A Espanha, a Hungria e os Países Baixos também retrocederam, cada um com uma queda de 2,5 pontos desde 2022.

Portugal sobe três posições, passando a estar, pela primeira vez, acima da média europeia

Portugal avançou significativamente no Índice de Transição Verde, alcançando a 15.ª posição, o que representa um aumento de três lugares em comparação com a edição anterior. Nesta nova edição, Portugal obteve um maior crescimento em comparação com os outros países europeus, mostrando uma melhoria em várias das categorias avaliadas. Em particular, as categorias ‘Edifícios’, ‘Natureza’ e ‘Economia’ registaram uma melhoria significativa, destacando Portugal como líder na categoria ‘Edifícios’ graças ao seu uso destacado de energias renováveis para o aquecimento doméstico. No entanto, o país fica para trás em outras categorias, como a ‘Transportes’, seguidas pela categoria ‘Resíduos’, nas quais também enfrenta desafios importantes.

O desempenho de Portugal na categoria de Edifícios é notável, posicionando-se como líder ao utilizar energias renováveis para o aquecimento doméstico, especialmente biocombustíveis sólidos. No entanto, o país enfrenta desafios nas categorias de Transportes e Resíduos, onde os resultados são menos favoráveis. Apesar de ocupar o 9º lugar no consumo de eletricidade per capita, Portugal encontra-se na 19ª posição em projetos de edifícios com certificações de sustentabilidade, o que indica que ainda há espaço para melhorias.

Além disso, Portugal teve um avanço significativo na categoria ‘Natureza’, subindo 11 posições, principalmente devido ao aumento da agricultura biológica. No entanto, a gestão da água continua a ser um desafio, com o setor agrícola a consumir 75% da água utilizada. Na categoria ‘Economia’, o país melhorou a sua posição, reduzindo as emissões de gases com efeito estufa e equiparando-se à média europeia, embora a proporção de gastos públicos em investigação e desenvolvimento ambiental tenha diminuído.

Double Quotes
As diferenças em sustentabilidade refletem tanto os recursos de um país quanto a eficácia das suas políticas e inovações. A Dinamarca, líder no ranking, demonstra que uma abordagem estratégica e o impulso de tecnologias limpas podem acelerar a transição para a sustentabilidade
Sofia Marques Cruz, Associate da Oliver Wyman

Em conclusão, Portugal está num caminho positivo em direção à sustentabilidade, com conquistas significativas em diversas categorias. Embora existam desafios a serem superados, o foco na inovação e a adoção de políticas mais robustas serão cruciais para que o país se consolide como um referencial na transição para um futuro mais verde.

Para obter mais informações sobre o estudo completo que suporta este artigo, por favor entre em contacto com a equipa de marketing da Espanha e Portugal: OWIberiaReport@oliverwyman.com.